Como parte do nosso PDM (plano para dominar o mundo) na Pastoral da Criança, iniciamos este ano um projeto com grandes ambições e que dará muuuuito trabalho, para nós da TI e para todos os coordenadores espalhados pelo Brasil, até que esteja em condições de começar a mostrar resultados. Nosso objetivo é colocar a Pastoral da Criança no mapa, literalmente. 🙂
Em palavras mais bonitinhas:
O Projeto cartográfico da Pastoral da Criança tem por objetivo identificar geograficamente cada uma das comunidades da Pastoral da Criança espalhadas por todo o território brasileiro e com isso cruzar os dados obtidos através do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e com sua própria base de dados, para avaliar sua atuação de acordo com a realidade do país e identificar localidades onde é necessária a intervenção da Pastoral da Criança.
Também ajudará outras pessoas que trabalham nas comunidades, tais como os capacitadores e outros membros da equipe do Ramo ou Setor que precisam de um mapa para saber como chegar até a comunidade ou, ainda, para mostrar para membros da Igreja, autoridades municipais e outras entidades onde a Pastoral da Criança atua e quais os resultados já obtidos através de seu trabalho.
A Pastoral da Criança usa software livre (servidores Debian, desktops Debian e Ubuntu, nginx, apache, moinmoin, git, svn, etc.) e neste projeto não foi diferente. Utilizamos PostgreSQL, PostGIS, Mapserver, Quantum GIS e utilizamos ainda a API Google Maps.
Isso quer dizer que temos que coletar a latitude e longitude de quase 44.000 comunidades espalhadas em mais de 4.000 munícipios do Brasil. É. Uau!
Para fazer a coleta desses pontos de comunidades foi desenvolvida uma aplicação que utiliza a API do Google Maps, que possui licença gratuita para uso não-comercial, que captura o ponto (latitude e longitude) aproximado de uma comunidade, já que não há forma de definir um polígono para as comunidades. Esta aplicação funciona satisfatoriamente para as cidades que possuem boas imagens do Google, que têm melhorado a passo largos. Como por exemplo, as imagens do município de Afogados da Ingazeira em Pernambuco, que foi um dos primeiros municípios a marcar as suas comunidades, mas que há alguns meses era bem difícil identificar visualmente locais através das suas imagens, já que algumas áreas ficavam bem borradas, mas que hoje já muito melhor e as comunidades foram facilmente identificadas.
Mas claaaro que não é só isso. 🙂
O IBGE disponibiliza dados por município, mas queríamos mais. Queremos mostrar os resultados da atuação da Pastoral da Criança em unidades menores, como Paróquia ou mesmo por comunidade. Ok, o IBGE nos ajuda nisso e nos fornece os dados por setor censitário (que corresponde a aproximadamente 300 domicílios). Daí nasceu a necessidade de obter os polígonos da paróquias, para mostrar resultados de todos os setores censitários de uma dada paróquia, para que possamos isolar e obter dados mais específicos sobre a situação de cada região do município, no nosso caso, paróquia. Pois é. Ninguém tinha essa informação.
E lá fomos nós pedir ajuda aos nossos voluntários para que procurassem sua paróquia ou diocese, descobrissem seus limites e nos mandassem isso desenhado a mão num mapa com arruamento, para que aqui pudéssemos digitalizar isso e utilizar para mostrar resultados. São mais de 5.500 municípios no Brasil, mas apenas 1.200 tem mais de uma paróquia. É dos limites de paróquia desses municípios que precisamos, pois do restante sabemos que o limite da paróquia é o próprio limite do município. Já chegamos a 10% desse número. Pode parecer pouco, mas é um trabalho grande e feito, como quase tudo na Pastoral da Criança, por voluntários que doam parte do seu tempo e vão em busca das informações.
Tudo isso foi para dizer que sobrevivi a minha primeira Assembleia Anual da Pastoral da Criança e que junto com o Alberto, demos 06 oficinas falando sobre o Geoprocessamento, sobre a utilização de wiki e o nosso sistema de informação, o que quer dizer quase 100 pessoas (de todos os estados do Brasil e de pelo menos outros 7 países) passaram pelo nosso mini-auditório ao longos desses três dias de oficinas.
Isso significa que cem pessoas diretamente ligadas à Pastoral em cada estado brasileiro viram o que estamos fazendo, entenderam os problemas e como cada uma pode ajudar a fazer parte da solução. Isso já nos deixa extremamente felizes e esperançosos nessa sexta-feira cinzenta de Curitiba. 🙂